segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Pisca Pisca

"A vida, Senhor Visconde, é um pisca-pisca. 
A gente nasce, isto é, começa a piscar. 
Quem pára de piscar, chegou ao fim, 
morreu.


Piscar é abrir e fechar os olhos - viver é isso. 

É um dorme e acorda, dorme e acorda, até
que dorme e não acorda mais.

[...] A vida das gentes neste mundo, 
senhor sabugo, é isso. 
Um rosário de piscados. Cada pisco é um dia.
Pisca e mama;
pisca e brinca;
pisca e estuda;
pisca e ama;
pisca e cria filhos;
pisca e geme os reumatismos;
por fim pisca pela última vez e morre.

- E depois que morre? - perguntou o Visconde.
- Depois que morre, vira hipótese. É ou não é?"
Memórias da Emília - Monteiro Lobato

quinta-feira, 12 de novembro de 2015

O problema!

Um dia morreu o guardião de um mosteiro Zen.

Para pode escolher quem seria a nova sentinela, o mestre convocou
todos os discípulos e disse: - O primeiro que conseguir resolver o
problema que eu vou apresentar, assumirá o posto.

Então numa mesa ao centro da sala, foi colocado um vaso
de porcelana chinesa lindo e valiosíssimo, dentro
um maravilhoso arranjo de flores raras, e disse:

- Eis o problema!

Todos ficaram olhando a cena, o vaso belíssimo,
de inestimável valor enfeitado com as mais
lindas flores.

O que representaria tanta beleza?
O que fazer?
Qual o enígma?

De repente um discípulo saca da espada, olha
fundo para o mestre, dirige-se ao vaso, 
e Zazz!

Com um só golpe, destruiu tudo!

Você é o novo guardião!

Lindíssimo ou não; se for um problema 
precisa ser eliminado!